Como se ainda houvesse lambe-lambes nas praças, ou uma antiga polaroide, o texto de Fred Sommer e Carol Garcia realiza um instantâneo de um caso amoroso nas ruas do Rio de Janeiro, em versos, como em um cordel contemporâneo. Os autores também adeptos da viola, produzem uma escrita com a fluência amorosa de um encantamento. O discurso do repente, do verso de cordel, é reinventado em De Repente como estranheza, pois não recorre diretamente à tradição, mas soa como citação consensual à oralidade e inventividade do ator.