Eram eras ou heras aquele verde de esperança? O que era para ser uma fotografia da natureza Não conteve o verde frondoso De minha mãe agarrada a nós Que, sem qualquer contradição, Cobria os muros Para que não fossem nossos Nunca nossos muros Deslocando a posição dos portões Que haveríamos de ser livres Na herança de seus olhos verdes. Minha mãe via a duração da esperança E me fazia a sugestão: Sede assim! Onda que se esforça, por exercício desinteressado Igual ao pássaro que procura o fim do mundo O que me deu essa sede De desver a linha do horizonte E esse desejo de heranças Ondas que quebram ondes Ventos que dobram árvores Rios que engolem mares Todos tortos Todos curvos Todos úmidos