Não são poucas as vozes que vêm anunciando há tempos a morte do marxismo, desde logo fingindo elas contar com melhor instrumental analítico e interpretativo das sociedades humanas. Contudo, o legado de Marx e do marxismo, mesmo que subsumido pelo peso das ideologias contemporâneas, ainda (e como sempre) rende frutos imprescindíveis para iluminar os múltiplos aspectos do mundo danificado em que vivemos. A totalidade visada aí seria a universalização das mercadorias (e seu cortejo...), de sorte que a alienação mercantil pudesse barrar qualquer horizonte emancipatório.Este livro, tendo em vista a estrutura desigual e combinada do capitalismo, agora modo de produção mundial, lança um olhar crítico do sistema a partir de um especial lugar de fala, que é sua periferia ou periferias.Se nem tudo o que há neste livro se pode (ou deve) atribuir ao marxismo, seu pressuposto geral (e sábio), no entanto, é a leitura materialista, cujo fio vermelho de análise e interpretação está consolidado no ´esclarecimento´ das alienações e da desumanização, as quais danificam os seres humanos, suas relações e seus vínculos.Ademais, é um livro também vindo da ´nossa periferia´ (Goiânia), a reforçar, em seu alto nível de debates, a força iluminadora do olhar descentrado para a compreensão do conjunto do país e da contemporaneidade.