Nas últimas décadas, o movimento da Reforma Psiquiátrica pôs em causa uma abordagem que tende a cronificar a doença mental. No novo modelo proposto, as oficinas têm papel primoridal como elemento terapèutico e como promotoras de reinserção social por intermédio de ações que envolvem o trabalho, a criação de um produto, a geração de renda e a autonomia do sujeito. É preciso, no entanto, reavaliar permanentemente essas propostas na prática cotidiana, para não se cair na armadilha de uma institucionalização que reproduza o velho modelo asilar. Várias questões se apresentam e precisam ser discutidas: o que, de fato, torna terapêutica uma oficina? Qual a relação entre o 'terapêutico' e a geração de renda? Que destino pode ser dado ao produto de cada um dos participantes das oficinas? Como sustentar a geração de renda sem prejudicar o bom andamento da função terapêutica das oficinas? Embora essas questões sejam frequentemente discutidas em fóruns e seminários ou temas de inúmeras (...)