Ao reviver a história de Rose e Arno, a narradora procura entender a sua própria história neste romance inventivo da autora de Nada a dizer.Os mesmos fatos. Que mudam, dependendo de como são contados. Pode ser que façam uma história de amor. Do tipo amor total, desses que só se ouve falar. Pode ser que façam a história de um crime. No fim, uma questão de escolha. A narradora deste livro se vê debruçada sobre a vida de duas pessoas. Já mortas. São lembranças sem importância. Vestígios concretos de uma vida. Ilações a partir de quase nada. Ela arruma um apartamento para venda. Precisa jogar coisas fora. Precisa também resolver o que fará quando acabar a tarefa. Faz um jogo consigo mesma. Se conseguir entender a vida daquelas duas pessoas como sendo uma história de amor, poderá fazer a mesma coisa com sua própria vida. Ao reviver ou inventar o que aconteceu com Rose e Arno, a narradora procura entender o que aconteceu com ela própria.