O objectivo principal desta obra é o de descomplexificar as questões da genética e da evolução, de modo a permitir o acesso do leitor comum a esta problemática. Porquê a vida? Questões como esta foram, durante muito tempo, apanágio dos filósofos, que deixavam o como para os científicos. Hoje, os epígonos de Darwin já não receiam abordá-las. Nos últimos anos dois grandes sucessos permitiram aos biologistas resolver inúmeras questões deixadas em aberto por Darwin: a descoberta das leis da hereditariedade, seguida da do ADN, trouxeram à teoria darwiniana os fundamentos que lhe faltavam, dando lugar à vasta síntese hoje chamada de neodarwiniana. Depois disso, viu-se inúmeras vezes confirmado o aforismo de Theodosius Dobzhansky: nada tem sentido em biologia, senão à luz da evolução. Uma situação que não agrada a todos, uma vez que as ideias evolucionistas continuam a ter o poder de escandalizar: enquanto Darwin fazia cair o homem do seu pedestal, a genética evolutiva, que este livro oferece numa exposição acessível ao grande público, impõe uma sorte semelhante ao indivíduo. Até aqui considerado o alvo da selecção e o sujeito da evolução, o indivíduo cede agora lugar ao gene, de que é apenas o avatar.PIERRE-HENRI GOUYON, director do Laboratório Ecologia Sistemática e Evolução, é professor na Universidade de Paris-Sud. JEAN-PIERRE HENRY, director de curso no Instituto Nacional Agronómico de Paris-Grignon é o conservador do Conservatório Botânico Nacional de Porquerolles (França). JACQUES ARNOULD, engenheiro agrónomo e teólogo, é autor de inúmeras obras entre as quais A Teologia depois de Darwin, já publicado pelo Instituto Piaget.