Marcos Rey lida com arquétipos da narrativa moderna: a disponibilidade existencial das personagens, sempre prontas para a aventura, de preferência noturna, o companheirismo fácil, sem vínculos profundos entre homens irresponsáveis e ambiguamente ternos; a solidão amorosa, a mobilidade do lar para a rua e a volta ao lar como abrigo ou refúgio, fuga do impasse, as paixões sem saída, simulacro de armadilhas. Fábio Lucas"Trata-se de um escritor clássico, queiram ou não certos críticos, e por certo Marcos Rey vai sobreviver a eles. Clássico. Quantos são os escritores deste país que podem ostentar o fato de terem criado um universo absolutamente pessoal, coerente, em pleno desenvolvimento e extremamente cheio de vida como o escritor de O enterro da cafetina, Memórias de um gigolô e Soy loco por ti, América!? Quantos dos nossos atuais escritores podem ostentar o galardão de contar estórias de escaninhos do mundo sem se perder em deslizes que redundam naquele mortal e primário e mortal erro literário já apontado (e cometido) por Mário de Andrade, que é o desnível entre a linguagem do narrador e a de seus personagens, terminando por artificializar a uns ou outros, e que foi o grande mal de nosso regionalismo?" Antonio Hohlfeldt