Neste livro, o autor toma como orientação básica a noção de sinodalidade. Mais do que uma noção técnica e precisa, aponta para uma nova mentalidade na vida da Igreja que atinge todos os seus membros. Etimologicamente, o termo ""sinodalidade"" significa ""caminhar juntos"" e será aqui empregado num sentido lato que, embora privilegie a Igreja local, não se limita à mesma, abrangendo o que conhecemos como colegialidade episcopal, ou mesmo abrigando em si todas as relações dos fiéis no interior da Igreja. Também deve ser entendido como uma sinodalidade ""informal"", o que não exclui a necessidade de instituições que garantam a atuação ou a presença de diferentes sujeitos nesta caminhada comum. A pergunta de base que motiva este texto pode ser assim formulada: por que deve a Igreja ter essa característica de sinodalidade, expressa em sua autocompreensão e em sua estrutura institucional? o texto responde a essa questão a partir de um enfoque trinitário. Desse modo, busca fundamentar a insistência corajosa do Papa Francisco em concretizar uma Igreja sinodal. O tema da sinodalidade irá se configurar de um modo muito pessoal no magistério do Papa Francisco devido à sua história de vida. Realmente é um papa que trouxe consigo, para o Vaticano, uma rica experiência pastoral, um conhecimento direto das condições de vida das populações mais pobres da periferia de Buenos Aires, uma vivência espiritual haurida na escola de Santo Inácio, marcada pelo respeito à pessoa e pelo discernimento.