O campo freudiano é coextensivo ao campo da palavra. Mas, uma vez que ela se choca incessantemente com o fato de que não se diga tudo, a própria palavra não vai em todos os sentidos. Isso porque há um impossível próprio da língua que sempre retorna ao seu lugar e pelo qual há quem chegue - aqueles chamados "puristas" - a morrer de amores: os "diga isso, não aquilo", a regra, o uso predominante. Dito de outro modo, um real - e o ser falante tem de se arranjar com ele. Mas o que haveria de surpreendente na tentativa de, no sentido próprio do termo, domesticar esse real através dessa arte de amar chamada gramática e dessa ciência chamada linguística?