Chovia em toda parte, menos naquela pequena cidade cercada por pradarias sobre céu aberto, na Dakota do Norte, Estados Unidos. Antes considerado o lugar ideal para cultivar a terra, criar uma família e viver dignamente, Goodlands agora enfrentava a pior seca de sua história, e a inevitável decadência: quatro anos sem cair uma gota de chuva. Incêndios, falências, mortes e uma sensação de impotência tomavam conta de tudo. Apenas um homem era capaz de trazer a vida de volta àquele lugar. Esse é o ponto de partida de O homem da chuva, segundo romance da escritora canadense Susie Moloney. Moloney disse certa vez que Stephen King era seu mentor e, neste trabalho, há elementos de confluência com a obra do famoso escritor norte-americano: a calamidade que atinge a comunidade, um grande mistério que dissolve a vida comum e corrói as relações humanas, a quebra da rotina causando caos e revelando a hipocrisia dos valores burgueses. É o que acontece em Goodlands: a bancarrota de fazendeiros evidencia a fragilidade de uma cortesia fabricada. A desgraça que se abate sobre a cidade faz vítimas como a gerente do banco, Karen Grange, obrigada a executar as hipotecas de pessoas antes gentis e atenciosas. De caráter duvidoso, Grange vê sua posição no emprego ameaçada cada vez que é obrigada a acionar as regras do Crédito Comercial Agrícola, o que a transforma numa figura detestada. Por este motivo, ela entra em contato com Tom Keatley, um andarilho que atravessa o país recebendo dinheiro em troca de algo aparentemente impossível: fazer chover. O errante solitário, típico do Meio-Oeste americano, belo, de cabelos longos e roupas sujas, chega para realizar sua missão, um ano depois. Cobra US$ 2,5 mil de adiantamento, e, a fim de provar sua competência, produz uma pequena amostra de chuva para uma incrédula Karen. Entretanto, o homem não tem certeza se vai conseguir fazer chover