Ao descrever a percepção dos nativos que se deparam com as naus de Cabral na Bahia de Porto Seguro, o romance já nos fascina e segue assim, despertando a imaginação ao longo da trajetória de uma fuga de quase 500 anos. Envolvente e emocionante, a narrativa mostra a frágil relação entre índios e brancos, revelando a luta de um povo em busca de um mundo sem mal. Adornado com abundantes relatos históricos, Boirá nos conta a saga de sua tribo, os Zoé, que valentemente sobrevivem a toda sorte de pressões exercidas pela colonização, percorrendo os milhares de quilômetros que separam a costa onde aportou Cabral do local onde foram encontrados em 1987, no nordeste do estado do Pará, a milhares de quilômetros de distância das regiões mais comuns a tribos tupi-guarani. Um romance envolvente que confunde realidade e ficção.