A extensão de operações experimentais para estudar as atividades humanas mais complexas possibilitou identificar as fontes de controle de comportamentos desorganizados de três pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia. Inclusive, aquelas cujas dimensões topográficas eram bizarras (e.g., levar o próprio pé em direção à boca e fazer uso do mesmo como se fosse celular). Para essa finalidade foi aplicado o processo de avaliação funcional por meio de procedimentos de avaliação indireta, tais como entrevistas com membros da equipe profissional e familiares. Procedimentos de observação direta dos comportamentos dos participantes em diferentes espaços da instituição e em suas residências. Manipulação sistemática de condições ambientais, onde estímulos discriminativos, operações motivadoras foram dispostas de uma maneira controlada para elucidar e isolar os efeitos de potenciais reforçadores para medidas objetivas de seus comportamentos com o uso da metodologia de análise funcional. Como proposto no presente livro, o comportamento verbal do esquizofrênico é considerado desorganizado simplesmente porque não é característico do contexto, o que dificulta sua compreensão e dá margem a explicações baseadas em entidades deduzidas e inobserváveis que ocorreriam dentro da pessoa. No entanto, as respostas verbais de esquizofrênicos devem ser elucidadas dentro das fronteiras de uma ciência natural, até porque delírios e alucinações não são coisas, nem objetos, tampouco algo que o indivíduo possua. Delirar e alucinar são comportamentos verbais controlados pelas consequências verbais e não verbais que produzem.