Mirhiane Mendes de Abreu propõe uma sutil análise destes paratextos apensos por Alencar a seus romances indianistas, apresentando as polêmicas que ali se travam e os parâmetros pelos quais se orienta a atividade crítica desenvolvida pelo autor. O trabalho destaca a relevância das notas de rodapé, procedimento empregado por Alencar desde O Guarani (de 1857), intensificado em Iracema (1865), para atingir seu ponto mais alto em Ubirajara (1874), obra em que elas têm tanto ou mais destaque do que as aventuras dos indígenas. Este crescendo não se verifica apenas em termos de quantidade, mas no adensamento e entrelaçamento das notas, que passam a abarcar não somente o romance a que se referem, mas também os anteriores, criando um intrigante diálogo intertextual.