René Dumont demonstra que não há mais lugar a dúvidas sobre o liberalismo. É o liberalismo ou a democracia. Os desempregados sabem-no muito bem, quando se encontram no "fim de direitos". Expressão que diz muito. Significa cruamente que a democracia e os direitos do homem são cilindrados neste mundo entregue à tirania da economia do mercado. Este despotismo do lucro, já arruinou o Sul, está em vias de fazê-lo no Leste, começou a gangrenar, também, o Norte. Soluções, ontem julgadas utópicas, impõem-se, hoje: repartição do trabalho, distribuição das receitas, solidariedade Norte-Sul, o fim do desperdício das matérias-primas, imposto específico sobre as energias poluentes. René Dumont preconizou, já há alguns decénios, estas medidas para a salvaguarda do Terceiro Mundo e da ecologia, em nome da justiça. Há uma escolha que se revelará cada vez mais exigente, caso contrário expomo-nos a simplesmente desaparecer. RENÉ DUMONT, pacifista desde criança, agrónomo de prestígio mundial durante a Primeira Guerra Mundial, ecologista desde sempre, terceiro-mundista de há muito, é autor de variadas obras. CHARLOTTE PAQUET participa nos trabalhos de René Dumont desde 1982.