As crises existenciais são presença na constituição do viver humano. A presença delas anuncia o movimento imprescindível para a reconstrução de sentidos, os quais não são dados, mas sempre construídos mediante os propósitos e valores de cada pessoa. Atravessar uma crise é vivenciar o tumulto do não lugar, o qual não necessariamente significa adoecimento, mas dependendo da cultura, da época histórica e da organização perceptiva das ideologias de saúde, elas podem serem tratadas apenas com o significado de um adoecer. Atravessar crises é finalização e abertura de novos sentidos. Precisamos aprender novos olhares para nos acercarmos de nossas crises e narrarmos poeticamente a existência delas. Assim, podemos nos redimir de um conceito que impregna as transformações humanas como um trágico adoecer.