A novela descreve os dramas existenciais do escritor Andrei Vassilievitch Kovin. O Monge Negro é a figura lendária e fantasmagórica que surge, como visão, para estimular Kovin a mergulhar na loucura. "E quem lhe disse que os homens de gênio, respeitados pelo mundo inteiro, não tiveram visões? Diz a ciência de hoje que o gênio está muito próximo da loucura. Creia-me, as pessoas saudáveis e normais são vulgares." Com estas palavras, o Monge Negro ? que não passava de uma alucinação ? surge para um intelectual, como a projeção de seus conflitos espirituais. A tumultuada religiosidade da alma russa do século XIX, uma premonitória visão dos abismos do subconsciente, que a ciência da época ainda estava longe de devassar e ao mesmo tempo uma visão impressionante do drama existencial que ia na alma do autor, entregue aos embates de sua genialidade. O monge negro passa por todas estas reflexões. Esta obra-prima do grande escritor russo é bem um exemplo dos extremos de expressividade a que chegou a incomparável prosa de Anton Tchekov.