A problematização da produção capitalista e de suas mediações dialéticas é conflituosa, repleta de resistências e contradições. A sociedade capitalista com sua lógica produtiva é palco de lutas sociais inconciliáveis que desenvolvem-se e heterogenizam-se com a história em movimento. A produção capitalista tem como essência a exploração máxima da força de trabalho expressa em processos precarizantes. A precarização está presente em todos os ramos produtivos, seja na dimensão do trabalho material ou imaterial, produtivo ou não produtivo, independente das profissões e das relações sociais em questão. Ela tem uma dimensão social, em expansão, que atinge diferentes categorias profissionais, com maior ou menor intensidade, dependendo do nível de luta e de resistência da categoria. É nesse sentido que percebemos a formação humana e a crescente precarização do trabalho - estabelecida no século XIX, imperante no século XX e permanente no século XXI -, apesar das "avançadas formas de gestão empresarial" utilizadas, são configuradas em função do nível de resistência e de organização dos trabalhadores. O que verificamos não foi a construção das bases do "admirável mundo novo", ao contrário, constatamos o crescimento da opressão do e pelo trabalho, da miséria e da falta de esperança, agora, em crescente âmbito transnacional. Esse processo de precarização do trabalho e das condições de vida provoca manifestações concretas e materiais que insistem em desmentir os discursos empresariais voltados à reprodução do capital. Esta obra oferece contribuição para esse debate, demonstrando resultados de pesquisas em diferentes ramos produtivos, problematizando o trabalho, sua precarização e a formação humana no Brasil.