Se o estranhamento está no coração da experiência moderna e encontrou no Brasil solo fértil em figuras como Francisco Alvim, esta forte tradição encontra atualização mais do que pertinente neste novo livro de Renato Mazzini. Poemas breves e centrípetos que desafiam o leitor a cantar equilibrista contra a luz que cega; a revidar, mesmo que já metade derrotado. Nada é de fato paradoxal, pois nem os opostos se contradizem quando encaramos a experiência com a mesma finesse, crueza com que o poeta nos propõe aqui. Nada justifica a certeza frente ao momento e o insólito não requer truques. O único desejo? Medicar o verão tempo o bastante para matarmos os inimigos fora de clima. Leandro Rafael Perez