Professor no curso de Letras da UFPR, compositor refinado, poeta em diálogo permanente com os autores que admira (Camões, Drummond, Cabral, José Paulo Paes e Leminski estão entre suas afinidades eletivas), Sandmann faz parte desta estirpe de poetas que trabalha com o máximo de recursos e o mínimo material necessário. Os efeitos poéticos devem ser obtidos sem desperdício verbal ou emocional, num sistema estético de economia, que beira a entropia. A poesia nasce e se mantém nas linhas de tensão que existem entre o texto e o leitor, a palavra e seu avesso, o prosaico e o inominável, o cânone literário e a vida mais chã.