O que se convencionou chamar Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (CID) seus agentes, mecanismos e normas de funcionamento se propõe historicamente a desenhar e legitimar cenários para a própria atuação, com o suposto propósito de promover o desenvolvimento. As contínuas narrativas legitimantes do suposto fracasso endógeno de Estados periféricos como discurso e prática oficiais dos agentes externos da CID institucionalizam e doutrinam essa concepção, a qual pode ser reproduzida fora e dentro das fronteiras dos mesmos Estados no caso da Guiné-Bissau, vê-se que alguns agentes mais precavidos desviam-se criticamente dessa concepção. Este é o ponto de partida da obra intitulada Guiné-Bissau: da independência colonial à dependência da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, de autoria de Maria do Carmo Rebouças dos Santos. A pertinência da discussão tecida por este livro revela-se a partir de sua proposta desconstrutiva, quando mais não seja ao questionar o modelo (...)