Marcela chama o vento e seu acaso e, com ele, compõe seus poemas. Atravessa um método, apresenta outro para, no frame seguinte, nos conduzir à confusão dos sentidos, a outras perguntas. Ainda, versa sobre a arte de empunhar pipas os giros, o fôlego das repetições, o redemoinho dos retornos. Neste livro, a poesia opera sua força de palavra e silêncio. O pulsar do que não se pode reter, o movimento das cinco janelas e, como deixa subentender a poeta em seus versos: o que escrevo agora já é outra coisa. Exceto a câmera e seus registros, as palavras, mesmo cunhadas, não são fixas: as coisas movediças estão lá, aqui, avisa Marcela. E o livro quebra a geografia de quem o lê e, enquanto duvida, é livre, vibra. O soltar da linha. Não há insígnias/ou agulha/que crave o tecido interno. Imagem-palavra-poema-pipa e seus movimentos ou apenas abrir-se ao morno do vento os punhos de Marcela na exata tensão, em outra estreiteza mínima/após longa abertura do obturador. E depois do morno, rajadas (...)