Pressinto que as imagens de Lucrécia vão ficar cada vez menos nítidas, substituídas, quem sabe, por outras - da Cidade onde ela viveu e cujo encanto entrou no seu sangue, como um filtro. A Cidade e seus venenos, que agora revejo/rememoro: a descoberta, por uma expedição pilotada por Américo Vespúcio, os índios, moradores da terra (Tupinambás, Tupininquins, Aimorés, Gueréns, Patachós, etc.), os negros trazidos para trabalhar nos engenhos de açúcar, o ataque do pirata inglês Cavendish e o da esquadra holandesa, comandada por Willekens. A Cidade com o "rosto voltado para o poente", no dizer de um dos seu primeiros cronistas, Gabriel Soares, e cujo nome (...) ouso pronunciar agora, muito baixinho, cheio de uma ternura doente: Salvador, Salvador da Bahia. (O autor)