Há mais de 10 anos, Martha Medeiros iniciou-se na arte da crônica (até então dedicara-se quase que exclusivamente à poesia), e, desde então, vem analisando e descrevendo as manias, as delícias, sofreguidões e anseios de homens e mulheres urbanos e modernos, fazendo um verdadeiro retrato de nossa época. Com a franqueza e com o texto dinâmico que lhe são característicos, relata e explica grande parte das taras, neuras e outros produtos mais e menos louváveis de nossa sociedade consumista e, por vezes, conformista tudo sempre visto de dentro, pois ela nunca se exclui de suas considerações. Nas crônicas de Martha Medeiros há espaço para todas as normalidades e todas as esquisitices que caracterizam o Homo sapiens modernus: o sentimento de frustração, o tic-tac do relógio biológico feminino, a necessidade de dinheiro versus a necessidade de sossego, mulheres que decidem não ter filhos, o progressivo apagamento das fronteiras entre um e outro sexo, máquinas de provocar orgasmos, choros, filmes, livros e músicas, a delícia e a tragédia de amar duas pessoas ao mesmo tempo, a delícia e a tragédia de não amar ninguém e tantas outras coisas da vida