Um mergulho comovente nos anos de chumbo argentinos. Em meados da década de 70, Carlos Rueda -- autor de peças teatrais para crianças -- se vê jogado no centro do furacão que varre a Argentina quando sua mulher Cecília é seqüestrada pelos agentes da repressão política. O crime de Cecília fora o de denunciar, no jornal em que trabalhava, o desaparecimento de estudantes nos cárceres dos militares --uma realidade da qual poucos falavam, embora estivesse tomando proporções absurdas. Cecília fora levada sob o olhar impotente dos vizinhos, no mesmo Ford Falcon verde que conduzira à morte os jovens que tentara defender. O carro, em Buenos Aires, tornara-se o prenúncio de um destino trágico. Em sua desesperada procura, Carlos aproxima-se dos focos de resistência que se formam no país. Um deles são as mães da Plaza de Mayo, grupo de mulheres que se reúne silenciosamente na mais importante praça da capital, carregando as fotos de seus parentes desaparecidos e exigindo sua volta ao governo. Enquanto se envolve com essas figuras de extrema coragem e sofrimento, ele desenvolve um estranho dom: começa a ter visões dos desaparecidos. Atraídas por seu poder, multidões de desesperados acorrem em busca de notícias. Carlos sente que, em algum lugar, Cecília sobrevive. Mas os sinistros carros verdes continuam sua ronda, apertam o cerco... é preciso correr contra o tempo para salvá-la de seus algozes e para reconstruir a mutilada e aviltada nação argentina.