Nossa história se passa em um tempo em que o tempo não existe, no interior de um mundo sem calendários ou relógios, castelos ou rainhas, casas ou países, sem ruas, bairros, eletricidade, celulares, escolas ou presidentes; nesse tempo sem tempo, longínquo, remoto, um antepassado nosso percebeu a sonoridade da voz reverberando nos côncavos da caverna e sentiu o pulsar cadenciado de suas veiais e artérias; e assim, embalado pelos sons e ritmos do próprio corpo, dançou, celebrando, extasiado, o nascimento da música.