Este livro analisa o planejamento da cidade do Rio de Janeiro ao longo dos anos de 1990, início da abertura da economia brasileira aos fluxos da globalização. A convergência de interesses para a revitalização da cidade, tanto por parte de setores da sociedade civil como das instâncias municipal, federal e estadual do governo, resultou em uma década marcada pela definição de rumos prioritários para o Rio de Janeiro. O Planejamento Estratégico, o Rio Cidade, a despoluição da Baía de Guanabara e a construção do Porto de Sepetiba são alguns dos aspectos desse consenso. Baseado em parte numa pesquisa de impacto sobre o Porto de Sepetiba, o livro apresenta um balanço crítico das grandes obras realizadas e revela as inércias, por trás de um discurso novo, das velhas práticas de planejamento autoritário e tecnocrático. Em um reflexão mais abrangente, os impactos macroeconômicos sofridos pela cidade do Rio também podem ser estudados à luz de uma diversidade de forças responsável por reorganizar as tradicionais alianças partidárias e pessoais que caracterizaram as sucessões dos governos estadual e municipal. A cidade estratégica é um exercício de avaliação das mais significativas intervenções urbanas e administrativas efetivadas no Rio de Janeiro na última década. Uma avaliação que tem como pano de fundo as promessas não cumpridas e os efeitos de poder das que se transformaram em realizações.