A Biopolítica no século do cérebro: educação, aprimoramento cognitivo e produção de capital humano lança um olhar sobre os avanços das neurociências, principalmente a partir de 1990, e foca no discurso acadêmico e laboratorial que apregoa a equivalência entre o cérebro e o indivíduo. Com o passar do tempo, em virtude das mídias, da preocupação com o sofrimento psíquico e a saúde mental, entre outros fatores e ultrapassando seu espaço originalmente especializado, esse discurso acabou por popularizar-se. Hoje, o cérebro tornou-se uma espécie de ator social, um ponto de referência para os processos de subjetivação e condução da vida; seu funcionamento é correlacionado a praticamente todos os aspectos humanos: moral, inteligência, humor, desempenho, eficiência, educação, entre outros. O objetivo deste trabalho é mostrar a inserção desse órgão na moderna lógica do homo oeconomicus e, paralelamente, sinalizar que o governo atual da vida está exigindo seu mapeamento e sua manipulação [...]