O livro mostra a evolução das organizações, desde a era pré-moderna, passando pela formação e pela decadência de atividades agrícolas e artesanais, até a produção em larga escala, demandada por uma sociedade burguesa ascendente e possibilitada pela Revolução Industrial, que provocou o surgimento dos conceitos científicos de gerência. O processo de industrialização nacional, tão peculiar quando comparado ao europeu, nos permite entender uma etapa crucial da formação social e econômica do Brasil, que deixou muitas marcas em sua cultura e que representou também um contexto importante para o surgimento dos gestores profissionais no país. Culmina essa análise social e histórica nas revoluções do conhecimento e da comunicação, já em ambientes urbanos complexos, que proporcionam o cenário tal como o conhecemos hoje. Abordando os temas com a leveza e a profundidade requeridas, a autora mostra em seu livro que surge uma boa literatura para quem busca navegar nas águas do conhecimento da sociologia e da gestão. Preparamos assim nosso olhar crítico para as relações de poder e para as dinâmicas dos grupos e dos movimentos sociais que não podem ser desconsiderados pelo administrador. E nos tornamos mais aptos a compreender as influências das culturas, diversas, sobre o comportamento e a visão de mundo das pessoas que, interna e externamente, se relacionam com as organizações, e também a entender como estas se inserem nos contextos culturais das sociedades em que atuam. Como nos sugerem as perspectivas sociológicas, os indivíduos encontram-se articulados a seus contextos socioculturais e somos então convidados a refletir sobre o impacto desse fenômeno no contexto das organizações.