O trabalho de comentar o Código de Processo Civil artigo por artigo é hercúleo. Afinal, são mais de mil e duzentos artigos, muitos deles com parágrafos, incisos e alíneas. Além disso, as sucessivas reformas a quem vem sendo submetido nosso Código de Processo Civil desde meados da década de 1990 representam permanente desafio aos processualistas que se dispõem a enfrentar uma empreitada como essa. É claro que a intenção original do processo econômico é aumentar o bem-estar humano. Porém, visto de forma pragmática, não se pode evitar a conclusão de que sua etapa última é a produção de resíduos, parte dos quais não pode ser reaproveitada. Nos termos das leis da termodinâmica, isso significa transformar materiais de baixa entropia em lixo de alta entropia. Daí se infere que tudo o que diminui a produção de rejeitos desacelera a entropia e tende a ampliar a sustentabilidade. Mas ações nesse sentido só podem acontecer de fato como resultado da composição entre, de um lado, a ética, a política e os valores, e, de outra parte, o conhecimento, as tecnologias e as práticas. Nessa convivência sempre haverá oscilações: ora predominará um lado, ora prevalecerá o outro. Mas a lacuna entre eles jamais deve ser tão ampla que essa predominância leve à ditadura de um dos polos, como acontece hoje. Determinar até que ponto essa composição será possível na prática dependerá de cada país, cultura, organização ou instituição e, em especial, da atuação de suas lideranças. Leitura para pessoas interessadas em ecologia, gestão ambiental, políticas privadas e públicas de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável e, em especial, em como a teoria da complexidade pode contribuir com aportes e sugestões de reflexão e tomada de decisões.