Resultado de uma dissertação em História, defendida junto à PUC-SP, este trabalho investiga e interpreta a atuação de algumas lideranças de movimentos católicos operários, na cidade de São Paulo, no período de 1964 a 1975. Tendo como referência a constituição da Pastoral Operária (PO) na Arquidiocese paulistana, num primeiro momento o trabalho busca elencar e discutir as propostas e tendências com relação à Igreja, ao regime ditatorial e aos trabalhadores presentes entre aquelas lideranças. O que se apresenta, então, é uma diversidade de posições que contrastava com a tentativa de controle dos movimentos católicos operários que se apresentava na proposta trazida por setores do clero paulistano, quando da formação da PO. Esta tentativa pautava-se no incentivo à colaboração entre as classes envolvidas na produção (patrões e empregados). A esta perspectiva de colaboração se opunham frontalmente outros grupos de militantes, notadamente, aqueles compostos de leigos, operários e atuantes nas oposições sindicais do período, os quais fundamentavam estas posições na experiência de enfrentamento à ditadura estabelecida no país no pós 1964, notadamente, no ambiente fabril. Apoiado em farto material empírico, o texto estabelece que seria esta posição, denominada classista por seus militantes se consolidaria, em oposição ao empresariado, ao governo ditatorial e àquela perspectiva de conciliação que inicialmente orientou a formação da PO.