Saudada como um acontecimento radicalmente novo no ano de sua publicação, em 1927, a novela Inveja, do escritor russo Iuri Oliécha (1899-1960), recebeu novas e complexas leituras ao longo do tempo. A trama vertiginosa que beira o nonsense, a ambiguidade psicológica dos personagens, a exaltação de sentimentos contraditórios (da arrogância à auto-humilhação, do amor à inveja desvairada), aliados a uma imaginação desenfreada e um domínio completo do tempo e do espaço narrativos, resultaram numa obra de grandeza ímpar, que contrapõe um jovem idealista e sentimental (possível alter ego do autor) a um poderoso diretor de indústrias do novo regime soviético. Ainda hoje desconcertante sob muitos aspectos, esta tragicomédia anárquica - cujo ritmo e intensidade verbal foram recriados com brilho pela tradução de Boris Schnaiderman - só tem paralelo, entre nós, nas invenções mais geniais do contemporâneo Oswald de Andrade. Este livro faz parte da série Narrativas da Revolução, dirigida por Bruno Barretto Gomide, da Universidade de São Paulo. Publicadas na década de 1920, as cinco obras de ficção escolhidas dialogam diretamente com a Revolução Russa de 1917 e dão prova da diversidade de caminhos estéticos e da extraordinária força inventiva do período.Saudada como um acontecimento radicalmente novo no ano de sua publicacao, em 1927, a novela Inveja, do escritor russo Iuri Oliecha (1899-1960), recebeu novas e complexas leituras ao longo do tempo. A trama vertiginosa que beira o nonsense, a ambiguidade psicologica dos personagens, a exaltacao de sentimentos contraditorios (da arrogancia a auto-humilhacao, do amor a inveja desvairada), aliados a uma imaginacao desenfreada e um dominio completo do tempo e do espaco narrativos, resultaram numa obra de grandeza impar, que contrapoe um jovem idealista e sentimental (possivel alter ego do autor) a um poderoso diretor de industrias do novo regime sovietico. Ainda hoje desconcertante sob muitos aspectos, esta tragicomedia anarquica cujo ritmo e intensidade verbal foram recriados com brilho pela traducao de Boris Schnaiderman so tem paralelo, entre nos, nas invencoes mais geniais do contemporaneo Oswald de Andrade.Saudada como um acontecimento radicalmente novo no ano de sua publicacao, em 1927, a novela Inveja, do escritor russo Iuri Oliecha (1899-1960), recebeu novas e complexas leituras ao longo do tempo. A trama vertiginosa que beira o nonsense, a ambiguidade psicologica dos personagens, a exaltacao de sentimentos contraditorios (da arrogancia a auto-humilhacao, do amor a inveja desvairada), aliados a uma imaginacao desenfreada e um dominio completo do tempo e do espaco narrativos, resultaram numa obra de grandeza impar, que contrapoe um jovem idealista e sentimental (possivel alter ego do autor) a um poderoso diretor de industrias do novo regime sovietico. Ainda hoje desconcertante sob muitos aspectos, esta tragicomedia anarquica cujo ritmo e intensidade verbal foram recriados com brilho pela traducao de Boris Schnaiderman so tem paralelo, entre nos, nas invencoes mais geniais do contemporaneo Oswald de Andrade.