Arquiteto de formação, Rafael Costa sempre esteve atento ao processo de composição de imagens e seus elementos gráficos. O domínio técnico que caracteriza suas imagens deve-se aos anos de exercício na publicidade; em seu trabalho autoral, porém, ele deixa transparecer livremente as influências recebidas da pintura, sua grande paixão. As imagens que compõem Imaginário são resultado de uma longa série de viagens ao redor do mundo. Ele sempre foi movido pelo impulso meio impressionista de estar fora, estar em movimento, diz o autor. Algumas fotografias se impõem pela própria força de composição; outras surpreendem e desafiam o observador ao apresentar reflexos de pessoas ou objetos na água; outras, ainda, resultam de um processo singular: a impressão fotográfica no verso do papel. A tinta, que não é absorvida, escorre lentamente, transformando de maneira surpreendente a imagem original até o momento em que Rafael Costa, considerando a imagem pronta, a fotografa novamente. É dessa forma que ele tenta pintar com o olho, como define seu trabalho pessoal.