Desde 1999, Europa e América Latina/Caribe vêm tentando pôr em prática uma associação estratégica. O que essa associação significa para as duas regiões? Ela difere de outras organizações estratégicas existentes hoje no mundo? Haveria nela algo de especial? Para responder a essas perguntas, que declinam o tema central deste livro, a autora se propõe a analisar o discurso das reuniões de cúpula realizadas entre a União Europeia e a América Latina/Caribe, à luz de uma perspectiva pós-estruturalista e pós-colonialista, de acordo com a qual mostra que as duas regiões, em vez de formas absolutas do ser, são um efeito de diferenças, ou seja, sempre se constituíram e ainda se constituem de forma recíproca. A desconstrução realizada permite, além disso, mostrar como o discurso da associação estratégica acaba por negar os pressupostos que o sustentam. A crença de que a semelhança de valores entre as duas regiões criaria uma ordem internacional diferente daquela proposta pelos Estados [...]