Nos últimos quarenta anos a Educação no Brasil passou por mudanças profundas no tocante aos métodos de ensino e aprendizagem, em que o sistema de ensino tradicional foi gradativamente sendo substituido pelo construtivista, em uma abordagem que delegou ao aluno o desenvolvimento do processo, cabendo ao professor a posição de superior do saber. Simultaneamente, a televisão invadiu os lares brasileiros instituindo novos valores: o audiovisual tornou-se regra; o mundo, mais dinâmico. Em uma aproximação entre a escola e a mídia televisiva surgiram livros com ilustrações mais elaboradas e coloridas, com textos mais curtos e em uma linguagem mais próxima da variante oral. Com base nesses novos parâmetros, o ensino afastou-se dos clássicos destinados à literatura infantil, adotando novos textos, com temática mais moderna. A aproximação com a internet, nos anos seguintes, se por um lado propiciou a facilidade de pesquisa; por outro, também motivou a superficialidade, a incapacidade de explorar um tema em profundidade e o afastamento da norma culta padrão. Um dos resultados desse processo foi o surgimento de alunos com dificuldade de raciocínio crítico e questionador, de elaboração de textos dotados de coesão e de coerência.