Este livro propõe-se a discutir o ensino de História a partir das relações, conflitos e disputas entre memória e história, mas também aquelas ligadas a processos identitários subjetivos e móveis, a formação docente, os entrecruzamentos entre a produção histórica e sua didatização em âmbitos formais e não formais, dentre outras dimensões políticas igualmente relevantes. Parte-se, aqui, do pressuposto de que as últimas décadas do século XX inauguraram novos problemas não apenas para a escrita da História, mas também e, sobretudo, para o seu ensino. Construção cultural, o tempo presente determina novas relações com o passado e expectativas em relação ao futuro. Como objeto de pesquisa e de trabalho, o ensino de História constitui-se em lugar privilegiado para se observar dinâmicas relativas aos projetos coletivos comuns, aos usos do passado, as disputas pela memória e as estratégias de controle sobre o que se deve lembrar e o que se deve esquecer. Se a contemporaneidade exige-nos ensinar História em tempos de memória, exige-nos igualmente que a investiguemos, o que implica em novos problemas e desafios, mas também possibilidades. São sobre possibilidades e desafios que tratam os 13 artigos que compõem o livro Ensino de História, Memória e Culturas. Desafios e possibilidades que marcam também o trabalho de docente e de pesquisador, preocupados em entender melhor como ocorre a produção do conhecimento histórico e sua circulação a fim de apreender o processo de constituição da consciência histórica, das memórias e das identidades.