Em uma de suas famosas conferências em Harvard, Jorge Luís Borges afirma que a história de Jesus, juntamente com as histórias de Ulisses e Tróia, tem sido suficiente para a humanidade, sendo contada e recontada durante séculos, atuando como um celeiro de provisões para toda a Literatura Ocidental. Hans Küng, por sua vez, afirma que um escritor não está interessado em uma investigação historicamente exata sobre Jesus, mas sim em trazer à tona pontos que deseja enfatizar com base na liberdade de criação literária. Mas o que há de tão intrigante na história do cristo bíblico que a faz sobreviver por tanto tempo? Em que aspectos dessa personagem a tradição cristã se apega para convertê-la em paradigma de fé? Quais são os pontos que interessam à Literatura ao tomar Jesus para si enquanto personagem? Essas são algumas perguntas a que F.M. Pfützenreuter procura responder em Evangelhos literários: Jesus segundo Saramago, Sabino, Mailer e Leñero. [...]