Para muitos, ela é a comunidade da fé, a família de Deus, a assembléia dos santos, ou tantas outras definições que, ao longo da História, foram usadas para se referir àquela que Cristo chamou "Noiva". Há os que questionam sua legitimidade, sob o argumento de ter-se afastado de sua vocação e missão para se tornar apenas uma estrutura hierárquica e institucional. O que ninguém pode fazer é ignorá-la: seja como alvo de apologia ou achaque, a Igreja venceu os séculos não pelas texturas de seus ramos, pelas cores de seus frutos ou pelos nós de seu tronco, mas pela força de suas raízes. A tarefa à qual Carlos Caldas se propõe em Fundamentos da teologia da Igreja - mais um lançamento da coleção "Teologia brasileira" - é trazer essas raízes à superfície e, assim, apresentar as bases sobre a qual a ekklesia foi construída e até hoje é sustentada. Para isso, o autor não apenas se vale das disciplinas mais caras à eclesiologia, como também busca inspiração criteriosa nas tradições patrística e reformada, e nos pensadores cristãos contemporâneos - nunca, porém, relativizando ou subestimando a supremacia e a autoridade das Escrituras, que norteiam a perspectiva teológica desta obra.