A autora analisa o impacto das formulações do Código Criminal do Império (1830-1890) na dinâmica da Cadeia Pública de São Paulo, outrora regida pelo Livro V das Ordenações Filipinas. Também estuda a Casa de Correção, desde a sua concepção e difícil construção, passando pela inauguração parcial na década de 1850, que parece responder à demanda de organização e reestruturação do Estado, até o fracasso nos anos 1880, onde constata que as propostas de modernização dos aparelhos repressores não puderam ser efetivamente organizadas, especialmente levando-se em conta o crescimento populacional e o alto custo para sua implementação em larga escala. Paralelamente, é investigado o perfil da população carcerária das duas instituições, tendo como fio condutor os trabalhos e serviços realizados pelos presos. Assim, ficamos sabendo como funcionavam as oficinas da Casa de Correção, os trabalhos públicos dos galés e os serviços dos africanos livres e dos escravos detidos no calabouço. Na outra ponta, descobrimos quem eram os guardas e empregados e que tipos de relações estabeleceram com aqueles que vigiavam.