Este livro reúne cinco ensaios sobre transformações do trabalho, publicados em sua maioria na revista francesa Futur Antérieur (fundada por Antonio Negri). Trata-se de estudos pioneiros sobre a centralidade do trabalho no pós-fordismo. Os textos apontam a qualidade nova, comunicacional e lingüística do trabalho nos dias de hoje. Indeterminado e aberto, o tempo associado à realização de um ofício libera-se dos parâmetros rígidos e padronizados dos modelos de produção de outrora, assumindo contornos mais fluidos. O conceito de trabalho imaterial é proposto como o mais adequado para dar conta das dimensões pós-industriais. Negri e Lazzarato fundamentam-no em pesquisas empíricas (sobre transformações profissionais na grande Paris e novas modalidades de funcionamento, tecnologias da informação e da comunicação) e na recuperação das antecipações que Marx, nos Grundrisse, fez sobre socialização do trabalho e intelectualidade de massa. A obra estabelece um paralelo entre a origem da noção de trabalho imaterial e o movimento operaista italiano (de cunho neomarxista) da década de 1970. Emblema do taylorismo, o operário-massa, massificado pela serialização industrial e pelo nivelamento amorfo de suas qualidades, vê-se substituído pelo operário-social, muito mais autônomo e valorizado em sua subjetividade crítica.