Vingar é da vingança, mas não apenas: aquela que vingou, que vinga, é a semente que deu certo, cuja voz se lança no espaço e no tempo, que nos fala, que grita no silêncio da escrita: “eu vou continuar indo/ ao que queima/ vingando/ os frutos não vingados/ como vingam as folhagens/ fincadas no meu dorso/ na frente e no verso/ eu vingo de novo/ está traçado/ no meu corpo/ eu estou só começando”. Nas palavras de Tatiana Pequeno, na bela apresentação do livro: “[…] Vingamos escrevendo então para honrar as mortas e os mortos, vingamos escrevendo para ‘fazer um sol/ com as próprias mãos’ e chamar alguém que nos lembre de algum sagrado, vingamos escrevendo para a memória sair, para ganhar um corpo pelo arredondado de letra, para nos lembrar da humanidade e da amabilidade na urgência da poesia de Danielle.