"A voz da verdade não cala." Essa frase de Santo Agostinho é aplicada ao tema estudado neste livro. O resultado é uma obra que reúne uma documentação histórica, bíblica e teológica únicas sobre os ministérios da mulher na Igreja e sobre os problemas que essa matéria suscitou e continua a suscitar. Segundo o autor, a questão da ordenação sacerdotal da mulher não é delineada na Sagrada Escritura e não há argumentos teológicos contrários ou objeções dogmáticas: trata-se de uma questão em aberto e de uma norma disciplinar da Igreja que pode mudar. É a partir do século III, quando o cristianismo penetra na esfera pública, que na Igreja as mulheres passam para o âmbito privado, pois o cristianismo assume os modelos do comportamento do Império romano. A carta do papa de 1994, Ordinatio sacerdotalis, ensinamento proposto em uma carta apostólica e não em uma constituição dogmática e que não pertence ao "depósito da fé", não diz nada de novo, nem afeta as investigações históricas ou bíblicas. O tema do livro não se limita ao problema da ordenação sacerdotal da mulher, pois existem outros ministérios, ordenados e não-ordenados, que podem ser conferidos à mulher. A obra não é polêmica: trata-se de uma crônica de fatos e de um resumo dos resultados de outras investigações históricas mais amplas, na esperança de que os dados e refl exões possam servir para uma serena consideração da questão da participação da mulher nas tarefas eclesiais e para encontrar melhores soluções em vista do futuro.