Este livro participa da coleção Direitos, Conflitos e Segurança Pública que reúne a produção acadêmica de uma rede de pesquisadores que vem se dedicando, há anos, ao estudo dos processos de administração institucional de conflitos em perspectiva comparada. Nessa iniciativa colaboram pesquisadores nacionais e internacionais, vinculados a diversas instituições, na realização de estudos empíricos comparados sobre questões vinculadas à administração policial e judicial dos conflitos no espaço público. A publicação da obra nesta coleção representa, por um lado, a confirmação de uma trajetória de pesquisa competente e qualificada que, desde seu início na Uenf, sob a orientação de Laure von Mandach e Lana Lage, foi acompanhada por mim. Por isto mesmo, posso afirmar que este texto - uma etnografia dos procedimentos policiais e judiciais criminais no Brasil e na França - vem se incorporar ao esforço acadêmico altamente qualificado, de alta relevância sociológica e alto impacto social, característicos da trajetória da autora, e que se incorpora ao trabalho que vimos desenvolvendo nos últimos 20 anos e que foi consagrado, desde 2009, pela aprovação de nossos trabalhos de pesquisa em dois Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia: o "Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos - InEAC", que coordeno, e o "Instituto Violência, Democracia e Segurança Cidadã", a que pertence Michel Misse. A temática da Segurança Pública e da Justiça Criminal em nosso país, na qual se integram instituições de opacidade exemplar em suas práticas, finalidades e objetivos, só poderá ser eficazmente compreendida com descrições etnográficas e de parâmetros comparativos, como é o caso do presente texto. Estas pesquisas, que envolvem, necessariamente, deslocamentos geográficos, linguísticos e culturais, além de dedicado trabalho de campo, têm custos extremamente elevados - tanto do ponto de vista institucional como pessoal -, e não encontram muitos colegas dispostos a enfrentá-los. Por isso mesmo, foi criado na Universidade Federal Fluminense, instituição que sedia o InEAC, por iniciativa dos pesquisadores que o compõem, um Departamento de Segurança Pública e um curso de Bacharelado em Segurança Pública (na Faculdade de Direito), aos quais, para nossa satisfação, a autora está se incorporando, com a finalidade de propiciar socialização acadêmica e profissional qualificada àqueles que se interessam em integrar-se às instituições da área. Estão de parabéns a Vívian e seu orientador, Michel Misse, por mais este resultado bem sucedido em empreitadas que apresentam dificuldades e obstáculos muitas vezes imprevisíveis e incontornáveis. Roberto Kant de Lima Co-coordenador da Coleção Direitos, Conflitos e Segurança Pública Coordenador do INCT Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos