Um livro polêmico e que, ao ser lido e estudado, merece da parte do leitor atenção especial e postura crítica diante das teses nele apresentadas. O autor situa-se no campo da corrente dos "autonomistas" e postula que Marx seria o ideólogo de uma classe social que teria se tornado a classe dominante no capitalismo contemporâneo, mas que estava apenas surgindo no século 19. Sua tese central é: se o marxismo das forças produtivas reduz a significação e a importância da mais-valia na crítica ao capital, o marxismo das relações de produção encontra na crítica da mais-valia o seu ponto central e, por isso, concebe o modo de produção e suas forças produtivas como relações sociais capitalistas fundadas na exploração da força de trabalho e na extração da mais-valia. São as relações sociais de produção capitalistas que plasmam as forças produtivas e não o contrário. E, sendo as relações sociais de produção estruturadas a partir da mais-valia, as lutas de classes tornam-se fundamentais, tanto para a manutenção quanto para a ruptura do sistema.