O fim do século XVIII marca uma radical ruptura na história da farmácia: das plantas medicinais, por vezes ligadas às práticas médicas mais mágicas que racionais, passa-se, progressivamente, aos medicamentos, elaborados graças às técnicas químicas. Desde então as técnicas evoluíram profundamente, e o universo dos medicamentos tornou-se extremamente complexo, ao ponto de se tornar a base de uma das indústrias modernas mais poderosas no plano mundial. Apesar disto, as descobertas de novas substâncias farmacêuticas que se sucederam de há dois séculos a esta parte devem muito ao acaso e ao concurso de circunstâncias, por vezes, extraordinárias. Este livro traça a história destas descobertas, interessando-se mais particularmente pelo nascimento e pelas transformações dos medicamentos utilizados no tratamento das principais afecções (dores, doenças mentais, cardíacas, contagiosas, cancros, etc.). Antidor, contraceptivos, quimioterapia, psicofarmacologia, antibióticos, quer se trate de fonte de vida, veneno e droga, terapêuticas da alma, da procriação, é o medicamento, um objecto familiar, porém, muitas vezes, desconhecido que esta obra ajudará a melhor conhecer." Le Journal de l Infirmière "Nesta obra, o autor, membro do Conselho da Sociedade de História da Farmácia, traça a história da descoberta dos medicamentos modernos. A primeira grande ruptura é a passagem das plantas medicinais para as investigações, pelas químicas, de princípios activos e das sínteses de moléculas. É o ponto de partida das indústrias farmacêuticas, da psicofarmacologia e da quimio- terapia. A segunda grande etapa é o aproveitamento da engenharia celular que encontrará no antibiótico um campo fecundo. Por fim, com a biologia molecular, surge um novo domínio de acção que vai colocar à sociedade, ao pensamento e até mesmo à ética desafios desconcertantes. O medicamento sucessivamente fonte de vida ou veneno, consolo da alma ou terapêutica do corpo, regulador da procriação ou gestão do património genético, é, ao mesmo tempo, fascinante e inquitente, objecto familiar e desconhecido. Esta história, notavelmente documentada, permitirá aos não especialistas compreender melhor os remédios e os seus objectivos." Vie et Santé FRANÇOIS CHAST, doutor em Ciências, membro do Conselho da Sociedade de História da Farmácia, exerce farmácia hospitalar há vinte anos nos hospitais de Paris. Dirige o serviço de farmácia-farmacologia do Hôtel-Dieu de Paris.