José Augusto Delgado, eu o conheci em começos da década de 80. Era examinador – ainda juiz federal em Natal – de concurso de ingresso na magistratura federal, ao tempo em que tais procedimentos eram centralizados em Brasília. Jantamos juntos na companhia de Roberto Rosas, que nos convidara a ambos. E nasceu, naquela noite, uma longa amizade, em que o querer bem alia-se à profunda admiração que tenho pelo magistrado, jurista, professor, pai de família, amigo leal, homem de bem e cidadão que, acima de tudo, ama a pátria. José Augusto Delgado é incansável. Percorre o Brasil proferindo conferências em todos os centros e congressos para os quais é permanentemente convidado com particular brilho, humor quase britânico temperado pelo sabor brasileiro e profundo conhecimento das matérias que aborda. Sem sombra de dúvida, no direito público, é um dos grandes nomes do país, transcendendo, seus escritos, as fronteiras nacionais, para serem lidos e publicados em outras nações, com o mesmo sucesso encontrado no Brasil. Não é, pois, muito difícil falar de José Delgado, como jurista e como homem, pois, se todos temos defeitos, eu ainda estou procurando os de José Delgado. Nestes mais de 20 anos de convívio, nele só vislumbrei virtudes e qualidades. Há, todavia, no admirável jurista, um valor maior, a que rendo homenagem, nesta breve introdução: o amor que devota a Maria José, sua dedicada companheira e, a meu ver, alicerce de todo seu sucesso, de todas as suas vitórias. Sem o respaldo e amor de Maria José, nada obstante seus indiscutíveis méritos, talvez não tivesse conseguido chegar à altura a que chegou. Nada mais justa, portanto, a homenagem ora prestada ao ínclito Ministro do Colendo Superior Tribunal de Justiça, José Augusto Delgado.