O olhar arguto do poeta passeia pelo Rio de Janeiro, desvendando suas mazelas sociais, a música oculta nas suas paisagens e a eternidade que mora nos encontros humanos. Observe atentamente o espaço / geleia de tempo onde o tempo acontece: / alfaiate de estrelas e gente / que do pó primeiro faz seu fio e tece. Nuno Virgílio Neto flagra a poesia dos universos macro e micro em seu livro de estreia, repleto de referências musicais e literárias em versos de extrema fluência e coloquialidade: para ler e ouvir. Sua sensibilidade ímpar envereda com o leitor por meias-noites estreladas, pelo canto da chuva, por céus iluminados por toda energia e luz própria dessa eletricaestrela.