Estudo de Olivier Mongin que, mais do que uma biografia de Paul Ricoeur, é uma viagem densa e atenta às origens, desvios e linhas de força do seu pensamento filosófico, que parece ter a preocupação de preencher o vazio das questões fundamentais da história da filosofia, até chegar às grandes interrogações da justiça e da democracia nas sociedades modernas. Sempre a eterna questão do bem e do mal e da sua anterioridade respectiva, da passividade e da acção. "A ética de um kantiano pós-hegeliano que retém de Nietzsche e de Espinosa o poder da afirmação, não é separável de uma hermenêutica do si-mesmo: tal é o significado profundo de uma viagem filosófica muito actual na qual Ricoeur cruza obras tão diferentes como as de Charles Taylor (The Sources of the Self) ou de Alain Touraine cuja Crítica da Modernidade [já publicada pelo Instituto Piaget] não é alheia a uma hermenêutica do si-mesmo. Num mundo desprovido da solidez e da segurança de um fundamento no seio da pós-modernidade, a reflexão sobre o "Si-mesmo" tornou-se "maior"". "E de algum modo tranquilizadora", conclui Olivier Mongin. OLIVIER MONGIN, diplomado em Letras, História e Filosofia, acompanhou os seminários de Michel de Certeau, Paul Ricoeur e Claude Lefort. Actualmente é director da revista Esprit, professor no Centro Sèvres e secretário-geral do Sindicato da Imprensa Periódica Cultural e Científica