Numa metáfora sobre sonhos impossíveis e a força do erotismo, Heloisa Seixas mostra como o desejo pode se alimentar de si próprio, sem necessariamente buscar o preenchimento ou a realização. A autora revela o desejo principalmente como algo longamente ansiado. Numa atmosfera densa e obsessiva, o enredo envolve o leitor num mundo de causa e conseqüência, de possibilidade e escolha, ao contar a história de um homem e uma mulher que se reencontram anos após um namorico de adolescência. Mesmo casada, a mulher não resiste ao desejo proibido de se entregar à nostalgia. E ao olhar para seu passado, distorcido pelo vidro do tempo, vê aquele amor como sua única salvação, a única maneira de se provar viva. O proibido só torna o encontro mais excitante, como um doce atrás de uma vitrine.