Em texto vibrante, direto, Osman Lins oferece, nesta novela, uma história intrigante e extremamente atual que se lê de um só fôlego. Todos os condôminos de um grande edifício (dois blocos, inúmeros andares) começam a viver um drama sem explicação - moradores aparecem mortos, um a um, em seus apartamentos, sem sinais de violência, de roubo ou de doença conhecida. Várias hipóteses são levantadas, sem que nada de concreto seja descoberto. As famílias, com medo, abandonam o edifício. Também a de Cláudio Arantes Marinho. Ele resiste, passando então a viver só entre o pavor e as surpresas misteriosas que se sucedem até o inesperado desfecho. Dentro do clima de constante suspense, Osman Lins cria, com segurança e sensibilidade, variações sobre a solidão. E sobre a inversão de valores que levanta abismos entre as pessoas e torna possíveis situações absurdas. Ao lado do sentido crítico, o autor inclui certa poesia, que equilibra o texto de uma maneira muito agradável. O misterioso edifício, ao sol, ao luar, é sempre uma presença forte que envolve o leitor.