A década de 1980 assistiu ao surgimento de um novo gênero teatral o Besteirol. Apesar do nome e da falsa impressão de banalidade, o Besteirol trouxe para os palcos espetáculos que dialogavam com a inteligência e a informação da platéia. O público precisava estar atento para identificar as inúmeras referências desde o cinema americano até o café-théâtre francês, passando pelas chanchadas, os programas humorísticos de rádio e as pérolas do Barão de Itararé e perceber as críticas disfarçadas de escracho daquelas esquetes que nasciam da observação atenta do cotidiano. Imediatamente aclamado pelo público, lentamente reconhecido pela crítica, do Besteirol surgiram verdadeiros clássicos da história recente do teatro brasileiro, como Quem tem medo de Itália Fausta? e Sereias da Zona Sul; e nomes como Mauro Rasi, Vicente Pereira, Miguel Falabella e Pedro Cardoso. Fruto direto da repressão da ditadura e da necessidade de toda uma geração de comunicar-se, o Besteirol valeu-se da paródia e do humor tipicamente carioca (mesmo quando encenados por paulistas e mineiros) para renovar o teatro brasileiro da época e inspirar as gerações